A Biblioteca do CLP/C tem o prazer de apresentar o romance "Moyambe", do escritor angolano Pepetela.
Sobre o livro:
"Mayombe começa com um comunicado de guerra. Eu escrevi o
comunicado e...o comunicado pareceu-me muito frio, coisa para
jornalista, e eu continuei o comunicado de guerra para mim, assim
nasceu o livro." - Pepetela
Escrito no período em que Pepetela participou na guerra pela libertação
do seu país, Mayombe é uma narrativa que mergulha fundo na
organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA), trazendo à tona as suas dúvidas, contradições, medos
e convicções. Os bravos guerrilheiros que lutam no interior da densa
floresta tropical confrontam-se não só com as tropas portuguesas, mas
também com as diferenças culturais e sociais que procuram superar
em direcção a uma Angola unificada e livre.
Sobre o autor:
Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos)
nasceu em Benguela, Angola, em 1941. Frequentou o Ensino Superior em
Lisboa mas acabou por licenciar-se
em Sociologia, em Argel, durante o exílio. Iniciou a sua actividade
literária e política na Casa dos Estudantes do Império. Como membro do
MPLA, participou activamente na governação de Angola, após o 25 de
Abril.
A partir de 1984, foi professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e tem sido dirigente de associações culturais, com destaque para a União de Escritores Angolanos e a Associação Cultural Recreativa Chá de Caxinde.
A atribuição do Prémio Camões (1997) confirmou o seu lugar de destaque na literatura lusófona.
A partir de 1984, foi professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e tem sido dirigente de associações culturais, com destaque para a União de Escritores Angolanos e a Associação Cultural Recreativa Chá de Caxinde.
A atribuição do Prémio Camões (1997) confirmou o seu lugar de destaque na literatura lusófona.
Na biblioteca do CLP/C existem outros livros deste autor:
"Jaime Bunda, Agente Secreto"
"A moça se despediu da amiga e avançou para a avenida. Ainda conservava
nos lábios o sorriso da despedida, quando parou bruscamente, assustada
com o automóvel preto. O carro também estacou de súbito. O condutor viu o
sorriso desaparecer dos lábios dela. Mediu num relance o tamanho dos
seios pontudos, querendo furar o vestido muito curto. Esperou
gentilmente que se refizesse do susto e continuasse a travessia. Ela
hesitou, mas depois agradeceu com um vago sorriso para os vidros escuros
e correu à frente do carro, mostrando o corpo meio de menina meio de
mulher, moldado pelo vestido justo. Uma gazela, uma cabra de rabo de
leque, pensou o motorista, sentindo compulsivos apetites de caçador.
Arrancou com o carro e seguiu até ao fundo da Ilha."
"Jaime Bunda e a Morte do Americano"
"Então não havia o Afeganistão, a Somália, o Irão ou a Colômbia, países
ideais para um americano morrer de morte matada, sem levantar muitas
comoções nem pasmos, pois eram territórios já habituados a serem
tratados de promotores e antros de horripilantes anti americanismos ? Aí
tanto fazia, mais um menos um, não provocava qualquer crise mundial.
Porque iria logo escolher a pacífica Benguela, onde, de memória de
gente, nunca nenhum americano tinha morrido, nem mesmo quando os ianques
andaram a apoiar, abertamente ou de caxexe, os famigerados terroristas,
linguagem oficial de um dos lados, lídimos e heróicos defensores da
democracia no dizer do outro lado? Mas foi isso que aconteceu, o
engenheiro gringo bateu subitamente a caçoleta na pachorrenta cidade das
acácias rubras, para grande tristeza e preocupação dos governantes,
locais e nacionais, e perante a indiferença da maioria da população,
ocupada na legítima e cada vez mais problemática azáfama de sobreviver."
«A saga do dia-a-dia de um país atrasado se transformando em nação, de
angolanos pretos e brancos começando a construir aquela formosa e doce
terra de Angola, ciosa de suas línguas nacionais, disposta a todos os
sacrifícios para chegar ao futuro conservando suas múltiplas vozes e
guarda em si a água viva dos afluentes.» António Callado.
Fonte: www.wook.pt
Fonte: www.wook.pt