Caderno de Memórias de Coloniais
- Sobre o livro:
«O Caderno de Memórias Coloniais relata a história de uma menina a
caminho da adolescência, que viveu essa fase da vida no período
tumultuoso do final do Império colonial português.
O cenário é a cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, espaço no qual se
movem as duas personagens em luta: pai e filha.»
Isabela Figueiredo, in
«Palavras prévias»
«Nenhum livro restitui, melhor do que este, a verdade nua e brutal do
colonialismo português em Moçambique. Até porque, como a autora refere,
ele aparece envolvido pelo mito da sua mansuetude - sobretudo quando
comparado, como era sempre, com o apartheid sul-africano. Mito tão
interiorizado pelos próprios colonos que através dele, como por uma
lente, percepcionavam a realidade de que constituíam um elemento
decisivo - como considerar-se a si mesmos violentos e prepotentes no
tratamento que davam aos negros?
A verdade escondia-se sob a boa consciência necessária à regularidade
quotidiana da vida «paradisíaca» dos brancos. Para a desenterrar era
preciso ir procurá-la nas sensações infinitamente vibráteis e virgens de
uma menina, filha de colonos, que vivia à flor da pele o sentido mais
profundo de tudo o que acontecia.»
José Gil, in «Sobre Caderno de Memórias Coloniais»
A Gorda
Maria Luísa, a heroína deste romance, é uma bela rapariga, inteligente,
boa aluna, voluntariosa e com uma forte personalidade. Mas é gorda. E
isto, esta característica física, incomoda-a de tal modo que coloca tudo
o resto em causa. Na adolescência sofre, e aguenta em silêncio, as
piadas e os insultos dos colegas, fica esquecida, ao lado da mais feia
das suas colegas, no baile dos finalistas do colégio. Mas não desiste,
não se verga, e vai em frente, gorda, à procura de uma vida que valha a
pena viver.
- Sobre a escritora:
Isabela Figueiredo nasceu em Lourenço Marques, Moçambique,
hoje Maputo, em 1963. Após a independência de Moçambique, em
1975, rumou a Portugal, incorporando o contingente de retornados.
Foi jornalista no Diário de Notícias e é professora de Português.
Estudou Línguas e Literaturas Lusófonas, Sociologia das Religiões
e Questões de Género. Publicou os seus primeiros textos no extinto
suplemento DN Jovem, do Diário de Notícias, em 1983.
É autora de Conto É Como Quem Diz (Odivelas: Europress, 1988), novela que recebeu o primeiro prémio da Mostra Portuguesa de Artes e Ideias, em 1988, e de Caderno de Memórias Coloniais, cuja primeira edição data de 2009. Escreve regularmente no blogue Novo Mundo. Desenvolve workshops de escrita criativa e participa em seminários e conferências sobre as suas principais áreas de interesse: estratégias de poder, de exclusão/inclusão, colonialismo dos territórios, géneros, corpo, culturas e espécies.
Fonte: www.wook.pt