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08/03/10
Poema do Dia - O Guardador de Rebanhos
O Guardador de Rebanhos
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
(...)
in Alberto Caeiro - Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004
Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!