Bem-vindo ao blogue do Centro de Língua Portuguesa do Camões, IP na Universidade da Extremadura /Cáceres

Bienvenido al blog del Centro de Lengua Portuguesa del Camões, IP en la Universidad de Extremadura /Cáceres




26/03/10

X CERTAME IBÉRICO DE JOVENS ARTISTAS


O Instituto Municipal da Juventude da Câmara Municipal de Cáceres apresenta, com o apoio do Instituto Camões, o X Certame Ibérico de Jovens Artistas, que tem o objectivo de promover e estimular a criatividade de jovens artistas.

O certame pretende ser um meio de expressão criativa das gerações mais novas, e enquadra-se no fomento da cultura que a cidade de Cáceres tem desenvolvido na sua candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2016.

Pode obter mais informações no Instituto Municipal da Juventude, através do telefone +34927627502/03 e do e-mail imj@ayto-caceres.es, deslocando-se pessoalmente ao Edifício Valhondo, Avda. de la Universidad s/n, Cáceres, ou consultando o site da Câmara: www.ayto-caceres.es

22/03/10

Poema do Dia - Esta Cinza


Esta Cinza

Humanos - quem diria? -
queremos ser a cinza
mais veloz
que a dos dias,
a cinza intermitente
e voraz, a cinza
da agonia e as outras
que a estação levanta,
ao vento rápido.

Humanos, esta cinza
tem de ser conquistada
como se fosse finda
ou fosse a nossa sombra.

in Carlos Nejar - A Idade da Eternidade - Poesia Reunida, São Paulo, Impresa Nacional-Casa da Moeda, 2001

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!

11/03/10

TEATRO DA LUA CHEIA



23 de Março, 12:00 horas
Sala Paraninfo, Faculdade de Filosofia e Humanidades, Universidade da Extremadura

Apresentação teatral, em Português, por parte do grupo universitário “Teatro da Lua Cheia”, da obra "O Doido e a Morte", de Raul Brandão.

Antes da apresentação, os alunos do Colégio Extremadura realizarão uma leitura dramatizada do conto "Morgado", de Miguel Torga.

08/03/10

Poema do Dia - Mãe


Mãe

Se queres ouvir
a mãe
em tua memória
arcaica
deixa as palavras verem.
Aceita o colo
vivo
a álgida solidão
e ultrapassa o poema.

in Ana Marques Gastão - Nós/Nudos, Lisboa, Gótica, 2004

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!

Poema do Dia - O Guardador de Rebanhos


O Guardador de Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.


Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

(...)

in Alberto Caeiro - Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!

Poema do Dia - Poema Contíguo ao Ódio


Poema Contíguo ao Ódio

Que gelado sopro nos agita
do lado de dentro das ruas?

Que rápida vertigem nos domina
nesta agudíssima manhã?

Este vento que nos queima estas veias mais quentes
Estes longos minutos que sacodem o rosto
Estes ponteiros gigantes que nos marcam os séculos
Estes rios de sal que abrem sulcos nos ossos.

Esta raiva que nos corta estas lâminas nos lábios
Estes vidros de silêncio que nos enchem a boca
Estes deuses que sorriem estas lágrimas mais puras
Estes grandes traços negros de trânsito impedido.

in João Rui de Sousa - Obra Poética, Lisboa, Dom Quixote, 2002

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!

02/03/10

Poema do Dia - Cena de Rua


Cena de Rua

A mulher com o chapéu de chuva na mão
espera o autocarro que há-de vir; mesmo
que chova, o chapéu de chuva fica fechado;
chega o autocarro, e olha para o lado.

Está ali de manhã à noite, com o tempo a passar
sem ela dar por ele. Se lhe perguntam porquê,
fala da chuva que está para cair; se a avisam
da chuva, fala do autocarro que vai chegar.

O mundo devia ser como a vida dessa mulher,
igual de manhã até à noite, sem razões para dar
-apesar do autocarro que não vai chegar,
a essa rua sem fim onde não pára de chover.

in Nuno Júdice - O Estado dos Campos, Lisboa, Dom Quixote, 2003

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!